Numa noite de extrema monotonia, pela falta de uma hábil ocupação que me inteirasse o pensamento, fui vítima de um fluxo de memórias bem intensas. Coisas das quais nunca nem ocorreram, coisas das quais eu nem sei de onde vieram. Mas não era uma decisão minha, simplesmente apareceram de vez, sem pedir permissão. Decidi, em meio a este emaranhado de juízos de valor, tomar um caprichado banho. Nas primeiras gotas a cair, pus-me a sentar no chão e ali mesmo fui transportado a um outro universo de pensamentos. O som da água a se derramar sobre mim fez com que eu pudesse visitar lugares distantes, solitários e muito bonitos. A água que ligeiramente escorria de todas as formas colocou-me numa energia instantaneamente positiva, senti-me imerso num mundo que não era meu. Os olhos fechados e uma luminosidade radiante brilhava diante de mim. Ao abri-los senti o inverso, vi novamente a escuridão de um mau momento meu. Tornei a submergir. Pensei muito, calei a voz do coração, sosseguei a alma agora bem lavada e assim segui o curso das coisas rotineiramente. Um suspiro ofegante e demorado findou este transcendental momento. Jorrou de meu interior o lacrimejar de uma nova água, mas rabiscado pelos sorriso que outrora fluiu. Foi ápice, foi 'cale-se', foi incrível. Simplesmente foi...
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