Redação para o ENEM (1)

TEMA:

O desafio de educar os filhos na contemporaneidade

TÍTULO:

Significativa Formação 

TEXTO:

A sociedade brasileira passa por grandes transformações e isso tem acarretado em prejuízos quanto à educação dos filhos neste novo cenário social. Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, citou o fato de haver constantes mudanças de referências comportamentais, bem como os princípios e valores que são reconstruídos o tempo inteiro. Para tanto, é preciso pensar em alternativas que contribuam para a educação dos jovens, mesmo em face de tantas mudanças.

Em primeiro plano, é fundamental pensar na importância da família quanto ao seu papel de formar cidadãos de bem, tendo em vista que cabe a ela esta responsabilidade. Desse modo, há de se querer que os filhos representem socialmente o exemplo designado dentro da própria casa, visto que é de lá que surgem as primeiras lições de vida, tais como: respeito, dignidade e cidadania.

Noutra perspectiva, é visível o quanto a sociedade tem presenciado uma contundente transformação quanto aos padrões educacionais e comportamentais de outras épocas. O próprio conceito de família teve de se adequar diante das novas concepções de relacionamentos. Em vista disso, os filhos estão diretamente inseridos neste cenário e desde cedo incorporam para si as modificações que se processam frente aos seus olhos, sejam elas em casa, na escola ou mesmo na rua.

Em vista disso, urge que medidas sejam tomadas para que a educação das novas gerações aconteça de forma prudente e participativa. A família tem papel primordial e deve promover, junto aos jovens, diálogos sobre suas condições de vida e formação cidadã para que estes sintam em seus familiares a parceria necessária para bem estar de todos. A escola deve também se fazer presente promovendo projetos educacionais de integração família / filho / escola, visando um benefício que a longo prazo será a formação de um ser pautado na integridade moral em meio à sociedade. Dessa forma, nossas crianças terão a chance de viver com harmonia e ética em face de qualquer circunstância. 

Foi-se o tempo

Escrito pela professora Helena Basilissa

Aos 28 anos, Luís Otávio já era um grande empresário conceituado na cidade. No auge de sua juventude, vivia para o trabalho, repleto de compromissos e responsabilidades. Trabalhando sem parar, cheio de entrevistas e viagens, alavancava seus negócios construindo até mesmo uma carreira de sucesso internacional. Amigos? Romance? Diversão? Não. Ele não teria tanto tempo a perder, afinal, não teve uma vida fácil e precisava compensá-la. Isolou-se. Trabalhou. Construiu um império faraônico.

"Que exemplo! Tão jovem e tão rico... Daqui a pouco não precisará mais trabalhar!" Expressavam as pessoas admiradas com tamanha jovialidade e riqueza.

Entre seus romances passageiros, pensara em construir uma família, mas nenhum conseguiu marcá-lo profundamente, não podia dedicar-se aos amores que lhe apareciam. "Ainda não é tempo. Um dia, quem sabe..." Era ocupado demais para fazer planos e viagens que não fossem a trabalho. Não teve muitos momentos de lazer e não se encontrou com os velhos amigos para o churrascão. Ainda não tinha tempo. Faltar? Nem pensar! Um dia parecia pouco para tantos afazeres: viagens inadiáveis; tarefas obrigatórias; uma falta no trabalho e uma grande produção estaria perdida. O prazer lhe fugia à mente. Ele não tinha tempo. 

O mesmo tempo que lhe fez refém, passou, castigou. Luís Otávio tinha agora 60 anos com uma fortuna que lhe garantiria o resto da vida. Luís tinha a fortuna, apenas. Olhou para trás e viu que não tinha tempo a perder, mas perdeu todo o tempo. Esqueceu-se que o relógio não para e os dias não podem ser congelados, o trem da vida segue quer queira ou não. Os amigos viajaram, hoje têm muitas experiências para contar. Os amores antigos casaram, hoje têm famílias para cuidar. Sua única família se foi e agora ele estava sozinho.  Arrependeu-se, desejou que seus dias tivessem mais horas e que pudesse recuperar tudo aquilo que não viveu, que seu suor e suas noites de sono perdidas pudessem trazer uma recompensa. Lhes trouxe apenas o dinheiro, que agora era sua única companhia e história para contar.

"Ainda não é tempo". Mas já foi.

SEM MAIS...

A vida nos acomete de muitas responsabilidades. Dentre tantas as que nos são dadas, está a de construir nosso próprio destino, guiando-nos por aquilo que achamos ser o 'caminho certo'. Cada pessoa tem essa missão de erguer sua própria história, de zelar pelo conseguiu, de manter as boas relações, de criar vínculos, de respeitar a todos indistintamente. Nessa trajetória, a vida vai nos surpreendendo, trazendo a novidade de algo que nos torne a brilhar os olhos e que faça com que a nossa motivação se renove. É preciso que saibamos que enquanto estivermos de braços cruzados preocupados com a construção da vida alheia, a nossa tem passado vagarosa como brisa leve diante de nós. A cada um deve ser guardada a sabedoria de cuidar de seu projeto de vida, sem que precisemos estar ocupados se o outro fez ou deixou de fazer. A maturidade nem sempre se manifesta com a idade; na verdade, ela se manifesta com a prudência. Se a tua vida tem coisas suficientes com que se preocupar, deixa que o teu próximo com a dele se preocupe. Obviamente, nem sempre devemos ser tão egoístas a ponto de não interferir na vida de alguém, mas isso deve ser feito quando lhe couber dentro deste espaço. Que a nossa língua não seja instrumento de desordem para a nossa vida ou para a vida de alguém. E que, acima de tudo, usemos de empatia para com todos, rompendo com aquilo que achamos e crendo no que verdadeiramente sabemos. Paz e bem a todos!!