segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Versos Avulsos 7



Pelas horas tantas
de uma madrugada qualquer,
Encontra-se o poeta desperto
de seu sono a pensar nesta mulher.

Pelas mais intensas esperanças 
que outrora se alimentam 
São os desejos de amá-la 
que com milagre o sustentam. 

Nos corredores do cérebro 
sempre se vê a mesma figura, 
Ao tocá-lá em beijos 
desestabiliza sua fraca estrutura. 

Não é papo de bêbado, 
não é conversa 'demodê'; 
É um simples desabafo poético 
dedicado a você!

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Bela de Encantos Adormecida

Era dia de grande festa no palácio da jovem Bela. Todos ao seu redor celebravam com entusiasmo a satisfação de terem a princesa à frente da administração de toda a propriedade real. Ela era muito jeitosa no trato com todos, sempre de sorriso aberto e farto no lisonjeio de suas determinações. Seus cachos dourados soltos sobre o simples vestido de cetim azulado com ornamentos em pérolas tornavam-na irresistivelmente encantadora. Sua posição hierárquica privilegiada não a fazia em nenhum sentido superior aos outros. Ela era de uma simplicidade admirável.
    Mas havia algo na princesa Bela que a entristecia por raros instantes e que lhe confundia o coração. A ausência de seu amado gerava muitos questionamentos em sua cabeça. O Bom Moço, a quem o destino proporcionou-lhe a ocasião de conhecer num simples debate sobre assuntos políticos, acabou por encantar a ambos de forma imensurável. No entanto, a distância entre eles e a falta de permissividade para um diálogo livre tornava tudo muito complexo.
   Acontece que, no exato dia em que a princesa celebrou seu natalício, o Bom Moço resolveu não aparecer no palácio e isso acabou gerando no coração de Bela uma profunda mágoa, ocasionada pela saudade que em seu peito já se aglomerava. Nem sabia ela que o seu amado corria sérios perigos e que a sua imagem tão cativante não lhe saía da cabeça um instante sequer. O jovem líder combatente travava uma árdua batalha num campo de guerra do qual ele não sabia que destino teria.
     Pela falta de informações, já muito tarde da noite, com o coração cheio de encantos na expectativa de tomar para si aquele abraço envolvente, a princesa Bela determinou aos seus melhores soldados que lhe vigiassem durante o sono e que eles não permitissem que ninguém atrapalhasse sua hora de repouso intenso. De prontidão, confiante nas ações de seus melhores soldados, ela pôs-se a dormir depois de alguns goles de vinho. Seu sono foi fatal, quase que por um desmaio ela trancou seus olhos e seu coração amargurados de tanta saudade.
     O Bom Moço vivia um grave conflito interno entre o ficar e o partir. Sua razão determinava-lhe que ficasse e continuasse a luta intensamente, resistindo o máximo que pudesse para alcançar de vez a vitória. Porém, as emoções judiavam do jovem homem apaixonado e num reflexo de uma profunda saudade que avassalou seu coração, ele determina ao seu fiel parceiro de combate que continue a luta sem ele, não havia mais tempo a perder. Ele precisava reencontrar a linda mulher que remodelou seus sentimentos. Tomou o cavalo estrada a fora rumo ao palácio da princesa Bela.
     Chegando lá pela manhã do dia seguinte, correu com desespero em busca de encontrar prontamente a jovem garota, mas Bela estava ainda adormecida profundamente e não se dava conta de que seu amado à porta batia determinado a vê-la. Ele entrou no palácio com a habilidade e audácia de um líder de guerra e encontrou como sentinelas os mais fortes soldados de que Bela dispunha para proteger-lhe. Tentou em vão atravessar a barreira de soldados que protegiam a jovem princesa. Eles tinham a determinação de não permitirem a intromissão de ninguém no quarto do palácio real, em ocasião nenhuma.
      Acontece que o Bom Moço ruía em ansiedade e depois de esperar fora do castelo por longos instantes, resolveu por si só descobrir o que ali dentro acontecia. Usando-se de suas habilidades de combate, foi escalando pedra por pedra da parede do palácio até que chegasse ao quarto da princesa Bela. Ela ainda dormia em profundo sono, imóvel e intocável. Ele aproximou-se cautelosamente e, em estado de graça, pôs seus dedos por entre os cabelos da princesa segurando sua cabeça delicadamente enquanto a observava com magistral admiração. Ela absolutamente nada correspondia.
      O Bom Moço curvou-se em sua direção e beijou-lhe apaixonadamente os lábios adocicados e gélidos da jovem garota. Ela estava irresoluta, não teve a menor reação esboçada para que o coração encantado do guerreiro se acalentasse. Tentou uma segunda vez beijar-lhe, mas ainda assim ela a nada correspondia. O coração do homem bom começou a preocupar-se com o que ocorrera. Ele estava possuído de amor por aquela mulher. Queria tê-la para si demasiadamente.
      Foi quando teve a inspiração de sussurrar em seu ouvido alguns versos românticos de um clamor amoroso irreal. Espontaneamente lhe dizia de olhos fechados as mais belas palavras já ditas por um humano coração apaixonado. Ainda com os olhos travados e umedecidos, deleitava-se em profunda poesia recitada no palco do seu coração para a plateia mais perfeita que já vira, sua linda princesa Bela.
Depois de tantos clamores, de muitos dizeres sinceros, com o olhar banhado em lágrimas, o coração ritmado intensamente pelo fogo do amor que lhe dominava, ele entreabre os olhos e se depara surpreendentemente com o olhar atencioso de Bela que há muito já acordara e silenciosamente ouvia a declamação de seus versos românticos. Ele gaguejava palavras na tentativa de demonstrar a surpresa por tê-la acordado, mas ela não permite. Põe seu dedo sobre os lábios do Bom Moço como forma de lhe pedir para que não diga mais nada. Bela puxa o jovem homem para sua cama e juntos emolduram a mais encantadora relação de amor que já tiveram.

Momentos depois, ela abre as portas do quarto real para a surpresa de seus melhores soldados que veem diante de si a imagem do Bom Moço de mãos dadas com a princesa. De súbito, todos se põem a pedir desculpas, mas Bela não permite que eles terminem, ao contrário, ela os agradece vivamente por terem sido responsáveis pela produção do maior e melhor momento de toda a sua vida: a manifestação do mais puro amor.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

HIPERBÓLICO

Gostar de alguém em demasia
Querer para si com desespero
Dedicar a ela todos os versos
Amar-lhe com absurdo exagero

O peito, que ferve obstinadamente,
Contamina meu coração imoderado
E segue firme num único propósito
Amar-lhe do meu jeito exagerado

Por meu deleite superabundante
Derramado num encanto descomunal
Excedente na revelação do sentimento

A loucura deste homem delirante
Espantosamente agraciado, quase irreal
É a mulher que não sai do pensamento

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Versos Avulsos 6

Primeiramente, tu és incrível
Reconhecidamente encantadora
Inteiramente bela
Magnificamente singela
Absolutamente sedutora.

Lábio intensos num sorriso
Imensamente provocantes
Notavelmente açucarados
Deixa qualquer poeta encantado
Absolutamente delirante.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

A TATUAGEM


Lá pelas tantas de 1990 e alguma coisa, no ápice de minha magistral adolescência, o rock in roll circulava em minhas veias com uma intensidade tão fervilhante que me fazia perder o senso das coisas. Todos os tipos de sons pesados e distorcidos, de guitarras eufóricas, camisetas com caveiras, gestos obscenos, palavrões, tudo isso eu resolvi aderir para meu novo estilo de vida. Para mim, isso era fantástico, porque por mais ridículo que eu parecesse ser aquilo tudo fazia eu me sentir feliz, importante, notável (ou não).

Meu visual era um tanto quanto exótico. Eu era absurdamente magro, feio de dar “nó em pingo d’água”, usava umas roupas extremamente folgadas, mas meu comportamento era comum para um jovem adolescente daquela época. Meu pai era meio ressabiado com aquela minha postura punk, ele que sempre foi muito criterioso na criação de seus dois filhos. E é exatamente nesta hora em que entra o personagem desta narrativa, meu estimado pai, tão adorável em suas respostas.

Certa vez, fui ao show de uma banda de rock em outra cidade aqui perto. Senti na pele aquela adrenalina das canções que me envolviam fervorosamente e fui acometido de uma razoável loucura de imaginar mil coisas loucas para minha vida. Entre esses absurdos estavam: usar brinco e fazer uma tatuagem. Ainda na casa de shows, já depois do concerto daquela banda incrível, refleti em instantes se aquilo valeria de fato a pena! Foi um pensamento muito ligeiro, porque ao lembrar-me do cinturão, das chinelas, das mãos de meu pai entrando nos meus couros eu mudei de ideia velozmente. Não queria jamais tomar aquela burra decisão sem sua autorização. E aí decidi conversar com ele sobre tal fato.

De volta a minha cidade, peguei-o em um momento resguardado durante o almoço, ele sentado na cabeceira da mesa muito bem arrumado para ir trabalhar. Resolvi manter uma distância de segurança e fui sentar do outro lado da mesa, caso algum objeto voador não identificado resolvesse vir na minha direção. Meu estimado pai estava saboreando sua comida, olhando para o prato e eis que esta figura que vos fala resolve instigar a fera. Disse-lhe:

- Pai! O senhor sabe, né, que eu fui a um show de rock no Crato?

- Hum...

- Pois é! Foi massa...

- Hum...

- Aí eu tava pensando umas coisas aqui...

- Hum...

- Não queria fazer nada sem a opinião do senhor!

- Hum... (Era a única coisa que ele me respondia)

- Então pai, eu acho que vou fazer uma tatuagem! (Pêi bufo, na lata!)

Foi então que ele parou de mastigar a comida e minhas pernas começaram a tremer. Olhei na sua direção esperando qual seria sua reação. Ele pediu para que repetisse o que havia dito. Minha voz já não era a mesma, passei a afinar a voz com medo da explosão de emoções daquele homem em hora de descanso. Disse-lhe mais uma vez que queria fazer uma tatuagem e, simplesmente, murchei.

Meu estimado pai unicamente arrastou o prato um palmo a sua frente, deu um suspiro ofegante como o de um urso na floresta, olhou-me como quem quisesse me liquidar de vez, afundou a cabeça do dedo no vidro da mesa e me disse em voz amedrontadora:
            
- Olhe aqui, seu cabra! Se você fizer uma tatuagem, eu vou lhe deitar no chão e tirar esse desenho com uma enxada de capinar roça, você me entendeu?
            
Sabe o que eu respondi? “Hum...!” Estava nem doido de discordar. Ele continuou:
            
- E tem mais, se passar pela sua cabeça a ideia de usar brinco eu arranco até sua orelha junto! Você tá me entendendo?
            
- Humrum!!!!
            
Ele se levantou da cadeira e eu já estava na certeza de que aquele prato vinha no meu rumo. Já estava pensando no macarrão pregado nos meus óculos, o feijão no meu nariz, o pedaço de ovo no meu cabelo. Mas não! Meu estimado pai ainda tinha algo a me dizer:
            
- Maaaaaaas... Olhe aqui! No dia em que você completar dezoito anos, eu lhe dou toda autonomia do mundo para você fazer o que quiser. Até lá você é meu filho e está sob o meu regimento, tá entendendo, seu cabra?
            
- Humrum! Estou sim...
            
Retirou-se do ambiente sem terminar de almoçar e sem arremessar o prato em mim, que obviamente ele não faria isso, porque na verdade aquilo era uma singela manifestação de cuidado e zelo de um pai por seu filho.
            
No dia 16 de novembro de 2012, dia em que completei 18 anos, ele chegou até mim para me parabenizar e disse entre tantas palavras que a partir dali eu poderia fazer de minha vida o que quisesse, porque o papel dele foi cumprido “como manda o figurino”. De lá para cá, já se passaram quase quatorze anos e ainda não tive a coragem de desobedecer as determinações de um homem que dedicou a sua vida em prol da construção da dignidade de seus filhos!
            
Esta história é para que o mundo conheça Francisco Célio de Lima, o meu “estimado pai”!


  

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Meu delito...


Desperto de um intenso sono
Agressivamente quero te envolver
Sem medidas, sem palavras
Perdi o total prumo da razão.
Meu pensamento está revirado
Sinto-me como um monstro
Faço-te sentir dor
Choras pela minha maldade
Sou abusivo e extravagante
Inconsciente de meus atos
Movido por meus devaneios
Não sei por que assim ajo.
Mas desperto de meu sono
Como que num reflexo
E percebo o absurdo aqui perto
Sem palavras, sem medidas
Ponho-me em desespero
Total entrega da loucura
Inconformado vejo a dor
Que de teu peito emana
E meus olhos respingam
Meu coração se dilacera
Vejo minha flor definhar
Seu lindo rosto que chora.
A porta da cabana está aberta
Um vento frio sopra em meu rosto
Minha agonia torna-se mais forte
Não meço esforços e corro
Vejo o abismo a minha frente
Blocos de pedras e precipícios
Sem o menor receio salto
Pairo pelo ar por instantes
Pesado, estagnado eu caio
Livro-me daquela dor
Mas a culpa é infindável
Sinto o sabor amargo da morte
O gosto azedo da culpa
A consciência que maltrata
E num reflexo instantâneo
Sinto o fim de tudo.
Minha amada ficou só
Meu corpo espedaçou-se
Mas comigo carregarei
Uma injúria eterna da qual
Jamais me livrarei
E minh'alma vendo o estrago
Apenas disse: Vai tarde!
Morri... 

domingo, 1 de maio de 2016

Amo-te


O seu cheiro me fascina
Minha princesa encantada
Seu olhar desestrutura
Sua alma é muito pura
Amo-te e mais nada!

Seu sorriso é tão belo
Minha filha tão amada
Você é encantadora
Alegre e sonhadora
Amo-te e mais nada!

Quão feliz tu me fazes
Ó criança abençoada
Tua vida modificou
Teu pai se apaixonou
Amo-te e mais nada!

A Deus minha gratidão
Por tua vida iluminada
Por seres tão maravilhosa
Minha filha carinhosa
Amo-te e mais nada!

terça-feira, 15 de março de 2016

Velho Chico


O Velho Chico e sua água pura
Mata a sede e molha a agricultura
Para o homem do campo é uma riqueza
Faz o seu percurso pela natureza.

É na caatinga que ele está
Essa grandeza vamos preservar
Simbologia de nossa região
Enriquecendo a vegetação.

Tem muita água, nunca vai secar
Mesmo assim temos que cuidar
Leva vida a outras regiões
Nas casas, açudes e nas plantações.

No seu trajeto vemos cachoeiras
Nas suas margens muita areia
Nas suas águas vive o pescador
Que trata o Chico com muito amor.


(Poesia escrita em 17 de março de 2011 para a Semana da Ecologia da Escola Modelo de Iguatu)

sábado, 23 de janeiro de 2016

Afeição

Olhar-te a face linda
Beijar-te a boca pura
Sentir teu corpo quente
Gravar-te em minha mente
Para a alma traz-me a cura!


Tocar-te a mão suave
Contemplar os olhos teus
Enlaçar-me em teus cabelos
Eriçar assim meus pelos
Envolver-te nos braços meus!

Silenciar-te a voz macia
Executar para ti uma canção 
Deixar-me a vida continuar
Aos teus encantos se entregar 
E modelar meu coração!

Rabiscar alguns belos versos
Dos quais jamais imaginou
Dedicar-me assim por inteiro
A este nobre amor verdadeiro
Que você me proporcionou!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Versos de Gratidão

Estes versos rabiscados com exclusividade
São para alguém que por mim fez defesa
Diante da maior falta de autenticidade
Você provou-me seu estado de nobreza

Suas palavras fortemente ecoaram

E curaram meu estado de euforia
As amarguras do meu peito aliviaram
Aquela conversa me trouxe alegria

Extasiado, deixei-me facilmente conduzir

Pela prudência nas ações que se seguiam
Foi inevitável! Eu não pude resistir
Aos encantos que dentro em mim nasceriam

Quanta doçura manifestada há em você

Nos seus gestos eu consigo enxergar
Você reluz e fácil faz transparecer
A beleza de uma mulher pra lisonjear

Num dia triste de domingo, sentia-me mal

Apareceu-me você e arrancou-me a solidão 
Só por ser "você" isso já foi especial
Batizo-te desde já pelo nome "Inspiração"!

CURSO REDIGIR IGUATU

CURSO REDIGIR IGUATU
Curso específico de Língua Portuguesa e Redação para ENEM, concursos e outros vestibulares.