sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

MEUS OITO ANOS


Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Daquelas perna cheia de firida
Que os anos num trazem mais.
Sem corage, cum sono, sem dor
Naquelas tardes fulêra
À sombra das carnaubêra
Sentado nos areais.

Como era bom os dias
Deitado na rede pensa
A cabeça cheia de inocença
Desse minino sonhador
Sentindo o vento sereno
Deitado com os pés encarnado
Mamãe gritava: Sai daí diabo!
E num tabefe revelava seu amor.

Que aurora, que lua, que vida
Nas noites de euforia
Na calçada de minha tia
Naquele ingênuo paquerar
O céu alumiado de estrelas
Da minineira a rua cheia
Se alguém chorar entra na pêa
Nóis só sabia era brincar.

Oh! Tempo de minha infância
Saudade de minha galera
Que tranqüila a vida era
No meu bairro tão animado.
Ao invés dos pobrema d’agora
Saboreava aquela priguiça
Nem havia tanta injustiça
Nesse mundo revirado.

Os mulequin tudo satisfeito
Saia pra roubar pitomba
Com os bolso cheinho de bomba
E um bola pra jogar.
Chegava em casa de tarde
Parecendo uns afragelado
Com os pés tudo grudado
E mamãe de novo a gritar.

Papai chegava do trabaio
Queria ver as tarefa da escola
“Num fiz, fui jogar bola”
E um castigo grande eu ia ganhar.
A tapa cantava, mas não sofria
As lágrima caia e eu sorrindo
Achava meu pai lindo
Só não na hora de apanhá.

Meu irmão parecia ser doido
Tinha o juízo meio diferente
Num obedecia nem lei de crente
E do meu pai, também não.
Era um garoto mais novo
Muito agitado e esperto,
Nunca vi esse minino quieto
Tava sempre entrando na mão.

Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da época mais querida
Que os anos num trazem mais.
Sem corage, mas com amor
Naquelas tardes fulêra
Fazendo minhas brincadêra
Sentado nos areais.

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