sábado, 18 de dezembro de 2010

Pérolas de final de ano


É dezembro, final de ano letivo, época de recuperações e de muitas redações para corrigir, porque isto faz parte da vida do professor. É o momento em que nós avaliamos tudo o que de bom e o que de ruim vivemos durante o ano. Os alunos que passaram pelas nossas vidas (que são tantos), rememorar aqueles que demonstram carinho e afeto pela pessoa que os conduziu na educação durante este longo período e lembrar-se daqueles que não foram muito com a nossa cara. Faz parte. Contudo, entra ano e sai ano, e nós, sofredores professores de língua portuguesa, que tanto martelamos nas regras de gramática, ortografia e blá blá blá, deparamo-nos com certas situações que, além de deixar-nos abismados, nos fazem rir muito com tanta criatividade (ou seria falta de criatividade?). Na relação abaixo, coloco pra vocês, caros amigos leitores, uma lista de erros grotescos de ortografia, com os quais me deparei estes dias. Nem num show de humor eu ri tanto como rio destas coisas. Parecem até propositais! Nada do que está transcrito abaixo é mentira, exagero ou foi alterado. São textos integrais, conforme escreveram os alunos. Deleitem-se:

· “Naquele dia foi muito engraçado. Melenbro bem nós fomos numa panpa. Imagina só um monte de gente ino para Acopara num carro só!”

· “Pensa aí no monte de gente para uma casa só. Há sorte foi que eu fui dormi num lugar confotável.”

· “O coríntias brigava pela liderança e incostava no ciará que via iviquito no capionato. Atras os times tentava gainhá o capionato.”

· “A maioria das crianças e adultos são analfabéticos por não saberem ler e escrever.”

· “Temham cuidado com a água por que se não no futuro ajente paga pelo pato.”

· “Vamos cuidar para que não se acabe a água e consigamos acabar de vez com essas estigmativas sobre ela.”

· “Amuitos anos o fluminense não era capeão, perdia todas rodadas, era chigado e chamado todo tipo de palavrão.”

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

MEUS OITO ANOS


Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Daquelas perna cheia de firida
Que os anos num trazem mais.
Sem corage, cum sono, sem dor
Naquelas tardes fulêra
À sombra das carnaubêra
Sentado nos areais.

Como era bom os dias
Deitado na rede pensa
A cabeça cheia de inocença
Desse minino sonhador
Sentindo o vento sereno
Deitado com os pés encarnado
Mamãe gritava: Sai daí diabo!
E num tabefe revelava seu amor.

Que aurora, que lua, que vida
Nas noites de euforia
Na calçada de minha tia
Naquele ingênuo paquerar
O céu alumiado de estrelas
Da minineira a rua cheia
Se alguém chorar entra na pêa
Nóis só sabia era brincar.

Oh! Tempo de minha infância
Saudade de minha galera
Que tranqüila a vida era
No meu bairro tão animado.
Ao invés dos pobrema d’agora
Saboreava aquela priguiça
Nem havia tanta injustiça
Nesse mundo revirado.

Os mulequin tudo satisfeito
Saia pra roubar pitomba
Com os bolso cheinho de bomba
E um bola pra jogar.
Chegava em casa de tarde
Parecendo uns afragelado
Com os pés tudo grudado
E mamãe de novo a gritar.

Papai chegava do trabaio
Queria ver as tarefa da escola
“Num fiz, fui jogar bola”
E um castigo grande eu ia ganhar.
A tapa cantava, mas não sofria
As lágrima caia e eu sorrindo
Achava meu pai lindo
Só não na hora de apanhá.

Meu irmão parecia ser doido
Tinha o juízo meio diferente
Num obedecia nem lei de crente
E do meu pai, também não.
Era um garoto mais novo
Muito agitado e esperto,
Nunca vi esse minino quieto
Tava sempre entrando na mão.

Oh que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da época mais querida
Que os anos num trazem mais.
Sem corage, mas com amor
Naquelas tardes fulêra
Fazendo minhas brincadêra
Sentado nos areais.

CURSO REDIGIR IGUATU

CURSO REDIGIR IGUATU
Curso específico de Língua Portuguesa e Redação para ENEM, concursos e outros vestibulares.