Caminhava a passos trôpegos por uma alameda de terra batida cercada por uma vegetação rasteira em pleno crepúsculo de um dia qualquer. Havia uma energia de solidão e obscuridade no ar. Desmedido, contava para mim mesmo o quanto a aflição de meus pensamentos inquietam o espírito e agem sorrateiros dentro do meu cérebro, processando aquilo que é bom e o que eu nem se é. Enfim... Estava lá mergulhado naquele silêncio observando certos detalhes absolutamente sem sentido quando, de súbito, ela me aparece num vislumbre incomum. Era dádiva de beleza e contemplação, manifestação viva da própria poesia da alma. Surgiu lentamente e trouxe consigo uma possessividade de vibrações. O peito calou, a boca emudeceu, o corpo refletiu, o clima revirou. Bateu-me um medo inicialmente, mas ali mesmo fui capaz de me doar como jamais havia feito. Então caí fundo, atendi ao seu chamado. Ela a mim nada correspondia, mas emanou seu raio de luz que me fez transcender o que dentro em mim se acumulava. Forças eu já nem tinha mais para resistir. Pus-me a deleitar meus embrejados olhos para ela até que de mim desaparecesse também solitária e eu apenas clamei seu nome naquela que foi a única palavra balbuciada de meus lábios: LUA.
domingo, 29 de abril de 2018
sábado, 28 de abril de 2018
CRAWLING (Rastejando)
(Chester Bennington - Linkin Park)
Rastejando em minha pele
Essas feridas que não irão se curar
O medo é o que me derruba
Confundindo o que é real
Há algo dentro de mim
Que puxa abaixo da superfície
Consumindo, confundindo
Temo que esta falta de auto-controle nunca acabe
Controlando, eu não pareço
Me encontrar de novo
Minhas paredes estão se fechando
Sem um senso de confiança
E estou convencido
De que há muita pressão para eu aguentar
Eu me senti desse jeito antes, tão inseguro
Rastejando dentro da minha pele
Essas feridas não irão se curar
O medo é o que me derruba
Confundindo o que é real
O desconforto se depositou em mim eternamente
Distraindo, reagindo
Eu fico contra minha vontade ao lado do meu próprio reflexo
É assustador como parece que não consigo
Me encontrar de novo
Minhas paredes estão se fechando
Sem um senso de confiança
E estou convencido
De que há muita pressão para eu aguentar
Eu me senti desse jeito antes, tão inseguro
Rastejando dentro da minha pele
Essas feridas não irão se curar
O medo é o que me derruba
Confundindo o que é real
terça-feira, 24 de abril de 2018
Flor e Ser
Fotografia gentilmente feita por Sharlene Dias
Seja reto, plano, longo o querer
Intenso, único, forte o fervor
Deseja e rega com todo amor
Aquilo que em ti há de florescer.
Cultivas no solo da tua emoção
O adubo aplicado neste terreno
Que faz germinar e florescendo
Enriquece o jardim do teu coração.
Deixai que a flor do alvorecer
Desabroche imune ao raiar do dia
Espalhe ao mundo sua alegria
Natural como há de acontecer
Se na respiração, da flor lembrar
E sentir o aroma que dela expande
Abre do peito, a coisa é grande
Permita-se ser, viver. Deixe estar!
domingo, 22 de abril de 2018
domingo, 8 de abril de 2018
Emudeço e só
Há instantes na vida que nos furtam a capacidade das palavras, sejam momentos de entusiasmo ou de frustração. Elas simplesmente desaparecem ou são incapazes de nos fazer manifestar aquilo de que o nosso coração está cheio. Por vezes até queremos esboçar alguma reação impensada mediante o uso de alguma sentença, mas ela nem assim será capaz de denotar o que de fato nos acomete. Para tanto, mesmo frente às circunstâncias que se desenrolam, eu emudeço e só!
sábado, 7 de abril de 2018
sexta-feira, 6 de abril de 2018
Cada um...
Cada um sabe as dificuldades que enfrenta.
Cada um carrega consigo a fé que o move.
Cada um escapa dos espinhos como pode.
Cada um floresce onde lhe haja terreno.
Cada um reage como achar que convém.
Cada um acredita naquilo que quer crer.
Cada um espera do outro o quanto pode.
Cada um faz dos desafios a sua guerra.
Cada um compreende o quanto puder.
Cada um expõe sua visão dos fatos.
Cada um vê que nada é como deveria.
Cada um, na verdade, com seu cada um.
Cada um carrega consigo a fé que o move.
Cada um escapa dos espinhos como pode.
Cada um floresce onde lhe haja terreno.
Cada um reage como achar que convém.
Cada um acredita naquilo que quer crer.
Cada um espera do outro o quanto pode.
Cada um faz dos desafios a sua guerra.
Cada um compreende o quanto puder.
Cada um expõe sua visão dos fatos.
Cada um vê que nada é como deveria.
Cada um, na verdade, com seu cada um.
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