Numa certa manhã de domingo, véspera de feriado municipal, meu pai havia me incumbido da missão de entregar à minha avó uma sacola de papel contendo 25 ovos caipiras que ele havia ganhado. Até aí, tudo bem. Só que levando em conta o fato de eu ter apenas quatorze anos e de conduzir meu irmão de dez anos na garupa da bicicleta, e também o fato de morármos a cerca de uns quatro quilômetros da casa de minha avó, aí não está tão bem assim.
Acontece que no translado desta missão eu usava um boné importado dos Estados Unidos que pai tinha ganhado de um grande amigo seu. Faltando muito pouco para chegármos à casa de minha avó, um sujeito muito estranho passa apressadamente e tenta capturar o meu boné. Mas, sua tentativa foi frustrada, pois o boné estava tão apertado à minha cabeça que meu cérebro se torcia de tão arrochado que ele estava. O cara, vendo que não conseguiu o que queria, parou na minha frente e pediu para que eu lhe entregasse o boné. Eu logo disse que não entregaria, só que meu irmão, assustado, saltou da bicicleta e num ato de muita coragem atirou a sacola com os 25 ovos sobre o rapaz, deixando-o no mais completo estado de podridão. O sujeito espantou-se com o ocorrido, deu meia volta e desapareceu.
No momento em que isso aconteceu, ficamos muito nervosos e só pensávamos em como dizer a nosso pai sobre o destino daqueles ovos. Ao chegarmos à casa de minha avó, explicamos para ela, aflitos, o que havia se acontecido e pedimos para que ela ligasse para meu pai para dar-lhe as explicações. Ela ligou, ele entendeu logo de uma vez e aí foi que nós pudemos nos divertir bastante lembrando do semblante daquele miserável desesperado pela catinga dos ovos em seu corpo. Decerto, aqule cheiro horrível duraria uma semana para sair de seu corpo.
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