quinta-feira, 21 de julho de 2016

Bela de Encantos Adormecida

Era dia de grande festa no palácio da jovem Bela. Todos ao seu redor celebravam com entusiasmo a satisfação de terem a princesa à frente da administração de toda a propriedade real. Ela era muito jeitosa no trato com todos, sempre de sorriso aberto e farto no lisonjeio de suas determinações. Seus cachos dourados soltos sobre o simples vestido de cetim azulado com ornamentos em pérolas tornavam-na irresistivelmente encantadora. Sua posição hierárquica privilegiada não a fazia em nenhum sentido superior aos outros. Ela era de uma simplicidade admirável.
    Mas havia algo na princesa Bela que a entristecia por raros instantes e que lhe confundia o coração. A ausência de seu amado gerava muitos questionamentos em sua cabeça. O Bom Moço, a quem o destino proporcionou-lhe a ocasião de conhecer num simples debate sobre assuntos políticos, acabou por encantar a ambos de forma imensurável. No entanto, a distância entre eles e a falta de permissividade para um diálogo livre tornava tudo muito complexo.
   Acontece que, no exato dia em que a princesa celebrou seu natalício, o Bom Moço resolveu não aparecer no palácio e isso acabou gerando no coração de Bela uma profunda mágoa, ocasionada pela saudade que em seu peito já se aglomerava. Nem sabia ela que o seu amado corria sérios perigos e que a sua imagem tão cativante não lhe saía da cabeça um instante sequer. O jovem líder combatente travava uma árdua batalha num campo de guerra do qual ele não sabia que destino teria.
     Pela falta de informações, já muito tarde da noite, com o coração cheio de encantos na expectativa de tomar para si aquele abraço envolvente, a princesa Bela determinou aos seus melhores soldados que lhe vigiassem durante o sono e que eles não permitissem que ninguém atrapalhasse sua hora de repouso intenso. De prontidão, confiante nas ações de seus melhores soldados, ela pôs-se a dormir depois de alguns goles de vinho. Seu sono foi fatal, quase que por um desmaio ela trancou seus olhos e seu coração amargurados de tanta saudade.
     O Bom Moço vivia um grave conflito interno entre o ficar e o partir. Sua razão determinava-lhe que ficasse e continuasse a luta intensamente, resistindo o máximo que pudesse para alcançar de vez a vitória. Porém, as emoções judiavam do jovem homem apaixonado e num reflexo de uma profunda saudade que avassalou seu coração, ele determina ao seu fiel parceiro de combate que continue a luta sem ele, não havia mais tempo a perder. Ele precisava reencontrar a linda mulher que remodelou seus sentimentos. Tomou o cavalo estrada a fora rumo ao palácio da princesa Bela.
     Chegando lá pela manhã do dia seguinte, correu com desespero em busca de encontrar prontamente a jovem garota, mas Bela estava ainda adormecida profundamente e não se dava conta de que seu amado à porta batia determinado a vê-la. Ele entrou no palácio com a habilidade e audácia de um líder de guerra e encontrou como sentinelas os mais fortes soldados de que Bela dispunha para proteger-lhe. Tentou em vão atravessar a barreira de soldados que protegiam a jovem princesa. Eles tinham a determinação de não permitirem a intromissão de ninguém no quarto do palácio real, em ocasião nenhuma.
      Acontece que o Bom Moço ruía em ansiedade e depois de esperar fora do castelo por longos instantes, resolveu por si só descobrir o que ali dentro acontecia. Usando-se de suas habilidades de combate, foi escalando pedra por pedra da parede do palácio até que chegasse ao quarto da princesa Bela. Ela ainda dormia em profundo sono, imóvel e intocável. Ele aproximou-se cautelosamente e, em estado de graça, pôs seus dedos por entre os cabelos da princesa segurando sua cabeça delicadamente enquanto a observava com magistral admiração. Ela absolutamente nada correspondia.
      O Bom Moço curvou-se em sua direção e beijou-lhe apaixonadamente os lábios adocicados e gélidos da jovem garota. Ela estava irresoluta, não teve a menor reação esboçada para que o coração encantado do guerreiro se acalentasse. Tentou uma segunda vez beijar-lhe, mas ainda assim ela a nada correspondia. O coração do homem bom começou a preocupar-se com o que ocorrera. Ele estava possuído de amor por aquela mulher. Queria tê-la para si demasiadamente.
      Foi quando teve a inspiração de sussurrar em seu ouvido alguns versos românticos de um clamor amoroso irreal. Espontaneamente lhe dizia de olhos fechados as mais belas palavras já ditas por um humano coração apaixonado. Ainda com os olhos travados e umedecidos, deleitava-se em profunda poesia recitada no palco do seu coração para a plateia mais perfeita que já vira, sua linda princesa Bela.
Depois de tantos clamores, de muitos dizeres sinceros, com o olhar banhado em lágrimas, o coração ritmado intensamente pelo fogo do amor que lhe dominava, ele entreabre os olhos e se depara surpreendentemente com o olhar atencioso de Bela que há muito já acordara e silenciosamente ouvia a declamação de seus versos românticos. Ele gaguejava palavras na tentativa de demonstrar a surpresa por tê-la acordado, mas ela não permite. Põe seu dedo sobre os lábios do Bom Moço como forma de lhe pedir para que não diga mais nada. Bela puxa o jovem homem para sua cama e juntos emolduram a mais encantadora relação de amor que já tiveram.

Momentos depois, ela abre as portas do quarto real para a surpresa de seus melhores soldados que veem diante de si a imagem do Bom Moço de mãos dadas com a princesa. De súbito, todos se põem a pedir desculpas, mas Bela não permite que eles terminem, ao contrário, ela os agradece vivamente por terem sido responsáveis pela produção do maior e melhor momento de toda a sua vida: a manifestação do mais puro amor.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

HIPERBÓLICO

Gostar de alguém em demasia
Querer para si com desespero
Dedicar a ela todos os versos
Amar-lhe com absurdo exagero

O peito, que ferve obstinadamente,
Contamina meu coração imoderado
E segue firme num único propósito
Amar-lhe do meu jeito exagerado

Por meu deleite superabundante
Derramado num encanto descomunal
Excedente na revelação do sentimento

A loucura deste homem delirante
Espantosamente agraciado, quase irreal
É a mulher que não sai do pensamento

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Versos Avulsos 6

Primeiramente, tu és incrível
Reconhecidamente encantadora
Inteiramente bela
Magnificamente singela
Absolutamente sedutora.

Lábio intensos num sorriso
Imensamente provocantes
Notavelmente açucarados
Deixa qualquer poeta encantado
Absolutamente delirante.

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Curso específico de Língua Portuguesa e Redação para ENEM, concursos e outros vestibulares.